Antón de Guizán. -
Sou galego de nascença e de consciência, não tenho feito nenhum curso de galego agás um da Associação Cultural Alexandre Bóveda da Corunha quando era um moço e que impartira a grande Pilar García Negro. Desde aquela, muito se tem discutido sobre o galego. Na minha posição de cidadão galegofalante e desde a perspectiva de quase 12 lustros de existência, a crua realidade é que o galego tem retrocedido em falantes e que há um evidente problema de transmissão geracional do idioma por múltiplas causas que de seguro se têm investigado por profissionais bastante mais qualificados. Ao meu ver, há um factor clave que deve ser o centro dum debate no que a língua, ademais da nossa principal senha de identidade, terá que ser também a principal ferramenta de desenvolvimento do nosso país num mundo cada dia mais globalizado. Se a sociedade percebe que o idioma é útil, este recuperará uso e funcionalidade, mas se este está só para uso interior, irá perdendo usuários e valor relegando-o a uma função sentimental, folclórica e mesmo relegado a uma situação pseudomuseística. O problema é quando as instituições políticas, culturais e linguísticas ignoram e escondem debates nos que nos jogamos o futuro da língua, a economia e as possiblidades de progresso. Que medo há a abordar campos de possibilidades que atingem mais de 200 milhões de falantes quando o galego vive encerrado num âmbito de 2.700.000 cidadãos, perdendo povoação e com os mais velhos, também, galegos monolíngues? Qual é o problema para adoptar e conviver com uma segunda grafia (também oficial) que abra portas directamente a cinco continentes com o quinto idioma mais falado do mundo? Quem diz medo a facilitar mercados em países tão afastados como o Brasil, Macau, Angola, Moçambique...e mesmo com um idioma oficial da UE? E quem pode obviar o importante mercado cultural, turístico e a história comum através do idioma com tantos cidadãos no mundo? Só os interesses políticos de curto percurso e as mentes cativas podem defender o reducionismo e o caminho do suicidio idiomático, as mensagens confusas dirigidas a meter medo a medrar e sentirmo-nos mais orgulhos@s de ser galeg@s e cidadãos do mundo, a medrar em riqueza e cultura. A nossa relação com o lusismo deve deixar de ser testemunhal, para actos entre vizinhos e passarmos a converter-nos em irmãos em convivência, deixar de lado complexos e estereótipos e crer nas possibilidades que se nos abrem para os nossos filhos e para o país com a dupla normativa. Ninguém nos vai indicar como temos que falar num idioma tão rico e diverso como o nosso, mas grafar ademais do galego normativo, para adiante, numa grafia também oficial na norma portuguesa, fará de Galiza uma pequena potência. Que não nos enterrem com mentiras: O FUTURO É AGORA!!
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